A importância do papel para o design editorial

A importância do papel para o design editorial

Um certo dia você determina que irá ler um livro. Escolhe um cantinho, com boa iluminação, pouco barulho e um sofá com um encosto confortável. Começa a leitura. O livro é pesado, possui entrelinhas que fazem com que você leia a mesma linha duas vezes, as folhas ficam se soltando, o texto que está no verso atrapalha a legibilidade e mesmo que o conteúdo seja interessante, a sua leitura fica cansativa e você acaba deixando o livro de lado. A mesma situação pode acontecer com uma revista, um catálogo ou qualquer projeto editorial.

Para evitar estes problemas é que o profissional de design editorial (especialização do design gráfico) precisa entrar em ação para elaborar adequadamente estes tipos de materiais. O estudo da tipologia, dos pesos das imagens, dos pontos de atenção e da interação de todos os elementos que compõem a página devem ser gerados para tornar a leitura o mais agradável possível.

Boa parte dos materiais editoriais possuem uma grande quantidade de informações, normalmente escrita, porém o modo de utilização de elementos visuais complementares como fotos, ilustrações e gráficos aumentam a absorção e complementam estas informações.

Além das características de diagramação da página, um detalhe muito importante é o papel onde será impresso a publicação.

O papel branco ou azulado não é indicado para leitura pois reflete muito a luz e provoca um cansaço ocular excessivo, por isso materiais com grande quantidade de texto, devem ser impressos em papéis amarelados. O mercado papeleiro produz alguns itens que recebem pigmentação na massa e são fabricados exatamente com esta função.

Em determinados projetos, principalmente os que possuem muitos elementos de página, a transparência do papel pode gerar uma dificuldade de leitura, resultado na visualização dos itens que estão impressos no verso da folha. Esta característica é resultante da opacidade, ou seja, a capacidade de obstrução da luz, resultante da composição fibrosa, da espessura e da gramatura do papel.

Todos os materiais editoriais devem ser finalizados com uma encadernação que precisa atender as necessidades de utilização deste projeto. A escolha do papel deve estar relacionada com o processo de acabamento que o projeto receberá. A gramatura do papel deve estar de acordo com o número de dobras que formarão os cadernos, além das fresas ou dos grampos relacionados com a encadernação.

Os materiais editoriais com uma grande quantidade de informações, como livros e manuais, devem ter características específicas, incluindo o peso. Um livro com peso excessivo dificulta o manuseio. A utilização de papéis sem revestimento e com gramatura reduzida faz com que o projeto gráfico fique mais leve. Neste caso é importante evitar o uso dos revestidos (couché) para materiais onde a leitura é essencial.

O designer editorial tem como foco a interação do leitor com o projeto gráfico. A análise das características e a funcionalidade do material editorial devem ser a base para um bom resultado final.

Para saber como ficará o projeto no final do processo, é importante gerar um boneco com o papel que será utilizado na impressão e visualizar todos os itens referentes a interatividade com o leitor.

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